"Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem factos, a minha história sem vida. São as minhas Confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho que dizer." Fernando Pessoa
31/03/2012
Ai...
28/03/2012
De batalha em batalha
Já o disse aqui várias vezes que não sou, por natureza, uma pessoa optimista, antes pelo contrário. Vir para outro país, no outro lado do mundo, completamente sozinha e, literalmente, com uma mão à frente e outra atrás não acabou com esta minha forma de ser. Mas ajudou-me a arranjar formas de transformar as ameaças em oportunidades, as fraquezas em forças.
Eu deixaria de ser eu, se de um momento para o outro me tornasse a pessoa mais positiva do mundo e, por isso, deixei de combater e aceitar. Dar a volta. Isso não significa que não me consuma da mesma forma, que não perca noites de sono a pensar. Aliás, pensar de todos os ângulos e perspectivas é a minha maior benção e a minha maior maldição.
Ultimamente tenho pensado todos os minutos dos meus dias e das minhas noites no meu estágio. Como já aqui o disse não começou bem. Mas as coisas de que me queixei eram relacionadas com a aceitação social. Esforcei-me, esforcei-me muito, até à semana passada em que desisti, quando à hora de almoço todos se levantaram, perguntaram ao meu supervisor se queria ir almoçar e me ignoraram, a mim e à outra estagiária.
Desisti, primeiro porque não quero, no futuro, fazer parte de uma empresa cheia de gente pretenciosa e mal educada. Been there, done that. Segundo, porque não se pode forçar ninguém a aceitar ninguém, e se depois de todos os esforços continuo a ser ignorada então estamos perante um caso perdido. Terceiro, porque cada vez mais dispenso a necessidade de aprovação social seja de quem for, sobretudo de pessoas que não conheço e que, acima de tudo, não respeito.
Contudo, o problema à séria começou quando o meu supervisor resolveu definir-me um horário em que a minha única tarefa é…imagine-se, escrever artigos. Para uma ex-jornalista, vamos concordar que isto não é grande aprendizagem…muito menos em SEO, aquilo em que me inscrevi.
Tentei falar com o meu supervisor – doravante conhecido como Alex P. Keaton – sobre aquele horário. Perguntei-lhe se era válido até ao final do estágio. Ao que ele respondeu que sim. Acrescentou que as outras tarefas são muito técnicas e que eu não poderia aprender. Que eu não poderia aprender, e que ele não me poderia ensinar. Tentei então oferecer a minha ajuda na produção dos relatórios mensais. Disse que não, que era uma tarefa pontual.
Engoli. Fiquei o dia todo a escrever artigos até ter os olhos em lágrimas. Decidi que esta semana ia aproveitar os exames de mid-semester e não pôr lá os pés. Fiquei a matutar: “You can’t learn”. Todos os minutos: “You can’t learn”. Durante o jantar:“You can’t learn”. No cinema: “You can’t learn”. Antes de fechar os olhos, já na cama: “You can’t learn”. Em sonhos: “You can’t learn”. “You can’t learn”.
Decidi então não deixar esta palhaçada continuar. Mandei ontem um email à supervisora do pequeno Alex P. Keaton a explicar, de forma diplomática, que não estou disposta a escrever artigos o resto do estágio, que isso não é de todo uma aprendizagem para mim e que espero mais desta oportunidade.
Logo a seguir reencaminhei este email para a responsável do Departamento de Estágios, a K., e expliquei-lhe umas coisas. Nomeadamente a conversa que tive com o pequeno Alex. A K. falou com ela.
Hoje obtive a resposta. A supervisora do anão desmentiu-me. Disse que o tal horário era só para esta semana…a tal em que não estou. Que não é verdade que só tenha escrito artigos até ao momento. Depois mandou-me um email a tratar-me como uma anormal. Respondi-lhe à altura, expliquei-lhe que há um formulário que explicita as tarefas que tenho para cumprir e disse-lhe que na próxima semana espero ter novas tarefas.
É incrível que nada para mim cai no colo. Este estágio não podia ser apenas uma excelente experiência de aprendizagem. Não. Tinha de se tornar em mais uma batalha.
E eu aqui estou. Pronta para entrar no campo, armada com 17 livros sobre PHP, JAVAscript, CSS, XHTML, HTML, SEO e outros acrónimos que queiram.
E agora vamos ver quem é que não pode aprender, pequeno anão ridículo.
26/03/2012
Culturas
25/03/2012
Diga 33!
24/03/2012
22/03/2012
Diga 33!
1. Biografia da MArgareth Tatcher
2. Series do Sexo & Cidade (qualquer uma excepto a primeira que ja tenho)
21/03/2012
A justiça portuguesa é ridícula para não dizer que me mete nojo
O que se seguiu foi o drama... perante os meus gritos ninguém se mexeu, tive de implorar um telemóvel para ligar à PSP, o senhor que estava sentado à minha frente ainda disse que estava mesmo a ver isso a acontecer porque já as conhecia...mas achou por bem ficar a ver se afinal tinha razão. Daquela noite de merda que me fez gastar balúrdios em substituição de fechaduras e medicamentos, já que se seguiu uma semana inteira de febre, só recordo o trabalho extremamente eficaz da PSP que trabalha na CP. Sim, demoraram 4 horas a registar uma queixa porque claramente não vêem muitas vezes computadores à frente, mas senão fosse por eles não tinha conseguido cancelar os cartões bancários, nem os cheques. Enfim, palmas à actuação da PSP que não podiam ter sido melhores.
Recordo-me que um deles me disse: " Queria pedir-lhe para apresentar queixa, pode ser?"
E eu indignada respondi:" Mas o que lhe faz passar pela cabeça que não vou apresentar queixa!? Que disparate! Claro que quero apresentar queixa!"
E assim foi. Deixem-me dizer de novo, isto foi dia 2 de Janeiro de 2008. Fui quatro vezes à polícia para identificar a menina que efectivamente me levou a mala. Identifiquei-a em fotos duas vezes, em vídeo e pessoalmente não o fiz porque ela não pôs os cotos no local no dia e hora marcados.
Nunca mais, desde o dia 28 de Abril de 2008, último dia em que tentei identificar a vaca de merda pessoalmente, ouvi falar desta minha queixa. Tentei ligar à PSP mas ninguém sabia do que eu estava a falar. O número de telemóvel de um dos polícias que me ajudou naquela noite já não estava activo. E assim pensei que o assunto tinha sido arquivado e que, simplesmente, ninguém me deu cavaco.
Corria o ano do Senhor de 2011, creio que estavamos no mês de Outubro. A minha querida A. mandou-me um mail a dizer que tinha na minha caixa de correio um aviso de recepção de uma carta do Tribunal de Lisboa. Sem fazer a mínima ideia do que poderia ser pedi-lhe que por favor me tratasse do assunto. E ela, como sempre não me falhou, e descobriu o que era a carta. A carta sobre a minha queixa.
Disseram à minha A. que eu não tinha nada que sair do país sem informar o Tribunal. Desculpe?? Pensei que aqui a arguida era a vaca de merda e não eu! Mas desde quando estou eu sob uma medida de coacção?! Escrevi um e-mail aos senhores do Tribunal. Disse-lhes que não tinha obrigação de os informar de nada, assim como eles não se sentiram na obrigação de me informar do estado do processo. Expliquei que sou livre de me deslocar pelo mundo quantas vezes e por quanto tempo eu quiser e pedi, encarecidamente, que reencaminhassem a minha correspondência para a minha morada australiana. Não recebi resposta, mas recebi a carta. Então a carta era para me informar que o Ministério Público tinha decidido prosseguir com a acusação, mas só a uma das putas, a que efectuou o roubo. As que a ajudaram a segurar a porta do comboio não foram incluídas, ainda que eu tenha apresentado queixa e as tenha identificado da mesma maneira. Alegaram coisas que eu nunca disse e eu nem quis chatear-me mais com isso.
Como o legalês com que escrevem estas cartas é absolutamente inintelígivel pelo comum dos mortais mandei um mail a pedir esclarecimentos. Não recebi resposta. Deduzo que os funcionários do tribunal percebam tanto daquela merda como eu!
Corre o ano do Senhor de 2012, finais de Março. Recebi outra carta do tribunal que me informa que o Ministério Público decidiu levar o caso a julgamento, MAS como EU, notificada como testemunha, estou na Austrália, o caso fica adiado até eu informar quando estarei presente na Pátria. Deus nos livre de se proceder ao julgamento sem a minha presença até porque uma coisa chamada video-conferência ainda não foi inventada. A minha presença é absolutamente necessária! Porque não posso ir a um esquadra local e testemunhar lá por skype ou coisa do género, em directo, ou gravar um testemunho em diferido, ou talvez assinar uma declaração. NÃO! Deus nos livre que isso são modernices do demónio! Portanto, se eu NUNCA mais voltar a Portugal, esta vaca de merda NUNCA irá a julgamento porque a justiça portuguesa só não é uma anedota porque me dá vontade de chorar!
19/03/2012
Inside Job
17/03/2012
Aussie Holidays #6
Aqui ficam as fotos possíveis destes dias. O último post das férias - sim que isto já vim há 3 meses de férias e ainda estou a falar das férias! - será sobre Adelaide e deverá sair na próxima semana. Enjoy the pics!
14/03/2012
Segunda semana de estágio
No final do dia...surpresa das surpresas o boss perguntou se eu queria uma bebida. E eis que tudo se levanta em direcção ao frigorífico das bebidas. Ele era vodka, champagne, vinhos vários e cerveja. Cada um a beber o seu. Eu bebi meio copo de vinho - que isto de beber às 5h30 da tarde não é pra mim - mas gostei do convite. A assistant mamou um copo gigante de vodka com não sei o quê misturado... E pronto às 6h da tarde bazámos... nunca eu num local de trabalho tive acesso a bebidas alcoólicas...nunca eu em trabalho bebi sequer. Mas curti a onda descontraída do pessoal.
07/03/2012
Olha, olha
06/03/2012
03/03/2012
Vamos lá a votos que vocês têm de me servir para alguma coisa
02/03/2012
Primeiro dia de estágio
Eu nunca gostei muito de me entusiasmar com nada porque sei por várias experiências que normalmente acabo por me desiludir. Já uma vez aqui disse que é por ser uma pessoa prudente que acabo por nunca festejar nada e ser um bocado mosca morta. Mas eu cá tenho as minhas razões… e a verdade é que se comecei a adoptar este comportamento é porque "gato escaldado de água fria tem medo”, sempre me ensinou a minha mãezinha.
Isto tudo para dizer que o entusiasmo com este estágio foi tanto que agora, dois dias já lá passados, sinto uma desilusão que só não é maior porque já tive muitos primeiros dias em muitos sítios e sei bem como é. Contudo, nunca tive um primeiro dia de estágio… hummm… minto. Fiz 3 dias de estágio numa empresa, mas como não achei importante vim-me embora.
A entrevista correu muito bem. Os partners e o meu supervisor foram super simpáticos e eu achei-me muito bem vinda. O primeiro dia já não foi bem assim. Ninguém me mostrou as instalações, ninguém me apresentou às pessoas, o supervisor estava doente, o que fiz foi pouco e sem importância.
A assistente, uma miúda com uns 18 anos que diz fuck e derivados dez vezes por segundo, teve a gentileza de ir buscar café para todos e nem me dirigir a palavra. Hoje ao final da tarde fez o mesmo. Perguntou a todos, um por um, que bebida queriam mas ignorou a minha presença. Quiça tenho o dom da invisibilidade e não sabia! Na verdade mesmo entre eles não há grandes conversas… parece-me que está toda a gente muito embrenhada nas tarefas que têm por cumprir. De qualquer forma, se me dizem:”na Sexta vem antes do almoço porque almoçamos sempre juntos e dá para conheceres melhor a equipa toda”, eu espero um almoço de equipa. Não espero que afinal vá cada um para o seu lado e eu acabe no café a comer uma sandes, sozinha.
Enfim, isto de ninguém me falar no primeiro dia, ou no segundo, nem é novidade. Lembro-me bem do primeiro dia que tive na TVI. Ninguém me falou também, ninguém prestou atençao ao meu nome, ninguém me fez sentir bem vinda. Nem sequer tinha secretária ou computador já que estava tudo em obras. Os chefes pouco ou nada me ligaram, mandaram-me ler o jornal e eu fiquei ali a indagar qual era a urgência que tinham na minha presença se depois nem um lugar tinham para mim… Tiveram pelo menos a gentileza de me apresentar à equipa, o que já não foi mau. Passados poucos dias já era diferente, se bem que alguns elementos da equipa nunca me aceitaram bem. Calculo que sejam coisas relacionadas com as suas inseguranças pessoais. É que não vejo motivos para não manter um relacionamento agradável com as pessoas com as quais trabalhamos diariamente. Passado pouco tempo tivémos lá duas estagiárias. É verdade que as moças tinham pouca iniciativa, mas a crueldade com que foram tratadas – inclusivé pelas ex-estagiárias – foi de uma absoluta falta de necessidade, de uma arrogância que confesso me deixava muitas vezes boquiaberta. Como tenho por regra tentar não fazer aos outros aquilo que não gosto que me façam a mim, tentei o mais possível fazer os dias delas mais amenos. Desde a fazer-lhes companhia ao almoço, como dar-lhes ideias de coisas para fazer… ninguém falava com as moças e quantas vezes assisti a falarem mal delas nas costas. Nem sequer lhes deram hipótese. Aconteceu o mesmo com a estagiária que apanhei depois na Agenda. Hoje uma amiga, quiçá futura sócia.
Nunca percebi esta coisa de se tratarem os estagiários desta maneira e nunca tratei mal quem estagiou comigo. De qualquer forma os estágios aqui não são a rebaldaria que são em Portugal. Por isso, vou aguardar com serenidade ver o que vai acontecer e se sentir que não estou a aprender o que era suposto (a propósito, para quem não sabia e me perguntou SEO é Search Engine Optimisation e é uma das mais inovadoras ferramentas de marketing) terei de tomar medidas.
Parece-me também que, sendo eu a mais velha da empresa, eles não sabem muito bem como lidar comigo. Mas o meu CV dizia a minha data de nascimento, portanto se iam ter esse preconceito então não me deviam ter chamado para entrevista sequer…
Voltarei na próxima Quinta. Menos entusiasmada, verdade. Mas com a mesma vontade de aprender. Novidades sobre isto, daqui a 7 dias.