Cartas


31/08/2011

Mas que lata!

Como todos sabem quando me chega a mostarda ao nariz alguem tem de levar com ele. Na semana passada, no programa do Global Leadership Program, um intruja a falar (e mal) de jornalismo e jornalistas; ontem um gajo a tentar ganhar dinheiro a custa dos pobrezinhos do bangladesh e de meia duzia de estudantes ricos e estupidos. Como nao estou neste grupo e tudo o que ganho me sai do corpinho, sendo o meu tempo precioso, claro esta que a gaja do GLP ja levou com ele. E vamos la ver se nao me chateio mais com esta merda! Puta que pariu! Nao me facam de parva que para isso estou ca eu!

26/08/2011

Arranjei alguém...


Estávamos em 2007 quando fui ao Rio de Janeiro. E foi a viagem da minha vida. E foi a partir daí que esta senhora entrou na minha vida.

25/08/2011

Something is rotten in the state of Denmark

Macacos me mordam...venho tão indignada que estou a tentar organizar as palavras e não consigo. Pois que fui a um Think Tank sobre o papel dos Media na política, no âmbito do Global Leadership Program, com uns so called especialistas... eles alegavam que o papel do jornalista hoje em dia é o construir uma história de forma a vender, e mentindo se preciso for.
Eu defendia que o papel do jornalista é contar uma história, com criatividade suficiente para a contar de forma a vender mais que os outros mas sem para isso ter de mentir, porque quando o jornalista mente...deixa de o ser.
E no fim, sabendo que já fui jornalista, diz o senhor que se auto proclama de global thinker:
- Well, you're full of integrity but that's boring and old school! 

Hein? Mas desde quando é que integridade se tornou um defeito? Há algo de muito estranho neste mundo, ou eu sou estranha demais para aqui viver...

23/08/2011

Sei que algo se passa quando...

- Ando a cair de sono, mas à noite tenho insónias de caixão à cova
- Tenho uma enxaqueca horrorosa desde há dois dias, já lá vão 10 comprimidos e nem assim me passa
- Doem-me os ouvidos
- Tenho pequenas manchas brancas nas unhas
- Não tenho fome

18/08/2011

16/08/2011

The world is an ashtray

E pronto. É oficial. Eu Coelha Maria, desisti de fazer amigos novos deste lado do mundo. Não vale a pena o desgosto, não vale a pena a desilusão. Até agora só tenho conhecido gajos com o cio (com ou no cio? hummm....não sei, percebo pouco de animais) e confesso que já não tenho nem paciência nem estado civil (ou falando bem e depressa, já não tenho cu) para aturar certas e determinadas merdas. Tudo o que eu queria era sair de vez em quando, tomar uns cafés, desanuviar e conversar. Toda a gente sabe que eu preciso de conversar um bocadinho mais do que é normal... Mas já percebi que este blog é o meu café e as minhas companhias são quem me lê e quem me comenta. E quem me manda mails e quem me segue aqui ou no facebook.
Sim, esta que vos escreve hoje está um tanto ou quanto desapontada com a qualidade das pessoas que por aqui tem encontrado. Não todas. Faça-se justiça à minha Candice, ao meu Chris, ao meu Amardeep... e a algumas pessoas do trabalho, como o Vinay ou o Mitch. Mas não é com estes que posso ir tomar uns cafés, ou porque não têm tempo, ou porque moram longe, ou porque são muito novos e não temos o mesmo tipo de conversa. Este blog é o meu café, é o meu local de desanuvio. Sai mais barato (sim, que um café aqui vai aos 4 dólares na boa!), não implica deslocações e está aberto mesmo quando vocês, desse lado, estão a dormir. Estou rendida.
Hoje quando cheguei do trabalho, há coisa de 20 minutos, tive uma boa surpresa. Fui ver o correio e deixei cair um postal no chão, que tinha uma foto do Algarve. E pensei: "olha! A Sue deve ter uns primos bifes no Algarve a passar férias e mandaram-lhe um postal". Quando o virei para ler (a minha veia cusca) eis senão quando percebo que o postal era para mim! Oh alegria! Oh felicidade! Oh que coisa maravilhosa que me soube tão bem num dia como o de hoje! Oh minha beiba mais fofa! Obrigada! Soube mesmo bem, abriu um bocadinho de luz no dia acinzentado que hoje vivo.
Sabem que tenho andado adoentada. Bom acho que não é bem adoentada...dores de garganta daquelas que nem me deixam comer decentemente. Já estou melhor, graças ao anti-inflamatório e ao horrível chá de gengibre, limão e mel (blhercccc...estava a ver que morria da cura). Não sei se é por casa das quantidades industriais de chá que tenho bebido, tenho dormido muito mal. E esta noite... Jasus! Esta noite tive um pesadelo daqueles mesmo maus. Sonhei que estava a ver um homem a matar o outro. Mas de uma maneira tão tortuosa, tão cruel e tão sangrenta, que quando acordei estava com medo que fosse verdade. E ainda levei uma meia horinha a recuperar do susto. Fiquei a pensar, como é possível a minha cabeça sequer conseguir imaginar torturas como as que vi no meu pesadelo. E não, não estive a ver as Mentes criminosas nem o CSI antes de ir para a cama.
E sustos é coisa que não me falta nesta casa, sobretudo desde que a Sue bazou. Então não é que tenho um pássaro que me vem bater à janela? Bom agora já sei o que é, mas imaginam estar na sala tranquilamente e de repente ouvir no vidro "knock, knock, knock"?? É que vivo no mato, e isto de estar sozinha no meio das árvores é coisa para me assustar. Tenho mesmo de ir registar-me ao consulado... assim como assim, se alguma coisa me acontecer pelo menos não vou para a vala comum.
E agora estou aqui a tentar arranjar forças para continuar os tpc de International Financial Management. Estive na semana passada a ler sobre a crise financeira e esta semana a responder a perguntas sobre a mesma.
A pedido da Isa, aqui vai a explicação do inicio da crise. Então vá: do ponto de vista académico, o que aconteceu foi que nos EUA resolveram introduzir uma lei que desregulou (ou desregulamentou? hummm...) os empréstimos bancários para compra de habitação. O resultado é que os bancos desataram feitos loucos a emprestar dinheiro a taxas miseravelmente baixas, a facilitar o crédito a qualquer pessoa, com aqueles jogos que todos conhecemos de só pagar juros nos primeiros x anos, de pagar uma lump-sum no final do empréstimo, etc. O preço das casas desatou a subir por aí acima, e os bancos a oferecer dinheiro a toda a gente, com poder de compra ou não. E depois vai de começar a investir em instrumentos financeiros de alto risco, altamente complexos, e a fingirem boa saúde financeira ao esconderem as perdas através da criação de entidades especiais (não sei o nome em português: Special Purpose Vehicle). As agências de rating, em vez de fazerem o seu trabalhinho e analisarem os tais instrumentos financeiros, cagaram bem no assunto e começaram a classificar esses investimentos como AAA quando afinal eram BB ou menos. Tudo a largar dinheiro! Vai daí, chega o dia em que ninguém conseguiu pagar a ninguém e foi vê-los começar a cair que nem tordos... como de certo se lembrarão do Lehman Brothers. A partir daí é o que vemos.
Do ponto de visto menos académico: cambada de gananciosos, corruptos e trapaceiros, a pensarem que iam ganhar dinheiro fácil, toma lá que quase mandaram o mundo abaixo. E por vossa causa cá estou eu na Austrália a fazer um mestrado, a ler sobre isto e a carpir a minha desaventura social. E é isto. Satisfeita Isa?

E olha, já que comecei a falar nisto a ver se começo a fazer alguma coisa. Segunda-feira tenho trabalho de Brand Management para entregar, 8 paginolas; um quizz de International Accounting, uma hora; um case study de Business and Financial Analysis; e ainda! um quizz e três capítulos para ler de International Financial Management, na Quarta-feira. Pelo meio um dia de trabalho, no Domingo, as Discussion Questions de Business e uma reunião para um trabalho de grupo. Fogo...que só de escrever já fiquei cansada, catano.
Não posso terminar sem antes mandar uma grande beijoca de parabéns ao Tigy e su mami, já lá vão seis anos! Porra que até parece mentira!
Até ao próximo café!


15/08/2011

Irritação

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Era isto. 

14/08/2011

Aceito recomendações

Sempre fui daquelas pessoas irritantes que acorda cedo, faz exercício pela manhã, chega ao trabalho já com dois pequenos almoços tomados. Daquelas pessoas que não deixa para amanhã o que pode fazer hoje, que não espera pelo último dia para acabar um trabalho, que acha um desperdício passar uma manhã inteira a dormir.
Mas porra... não sei se é a idade, se é o cansaço ainda do primeiro semestre ou outra coisa qualquer, ando com uma preguiça que nem vos passa...mesmo! Eu é dormir que nem uma rocha 11 horas seguidas, eu é estar a correr e ao fim de meia hora estar farta daquilo e parar (mas não por cansaço), eu é voltar a adormecer profundamente depois do despertador tocar, eu é olhar para os livros horas seguidas e não fazer nada...
Preciso acabar com isto! Assim não me safo! Alguém recomenda alguma coisa?

10/08/2011

Sinto alguma excitação, ansiedade, positivamente falando, quando percebo que vou ler um capítulo sobre a crise financeira. Ou estou maluca ou nasci para isto e demorei a descobrir...

Deste HP mini novo que vos escreve

Ahhhhhh finalmente! cá estou eu a escrever do meu novo netbook aussie! yuppiiieeee!!! finalmente comprei! Há tanto tempo que precisava e cá está ele. Pequenino que só ele, com bateria para mais de 6 horas, levezinho e lindo! Agora já posso trazê-lo para a escolinha e fazer os meus trabalhinhos todos sem estar preocupada em ter uma ficha para ligar e sem andar com o peso do mundo no ombro! Claro que isto de escrever em tuga num pc aussie tem que se lhe diga, tenho de andar à procura dos acentos por tentativa e erro, mas como vêem cá estou eu a escrever com os acentos e tudo e tudo!
Pois que o semestre começou na semana passada e eu já não tenho mãos a medir com as merdas todas que tenho para fazer. Ele é assignments, reports, homework, early semester tests... ufa! Prevejo que tão cedo não possa sair de casa a não ser para trabalhar. Aiiiii quem me dera não ter de trabalhar! Que inveja daqueles que têm empréstimos do governo, dos pais e do banco e sei lá mais o quê! Mas pronto o nosso governo, o nosso país é tão fixolas, tão fixolas que nem a merda do subsídio de desemprego me deu para poder aplicar na minha formação. Tudo bem... fiquem lá com o MEU dinheiro e limpem o cú a ele, porque se tudo correr como espero e quero nunca mais vou contribuir com um cêntimo que seja para a economia desse paízeco do cagalhão.
Pronto, pronto...acalmem-se os patriotas. Noutro dia quase fui linchada no FB porque disse não me sentir ofendida com a descida de rating da Moody's... enfim, lamento, mas ofendida não me sinto mesmo!! Aliás, neste momento e segundo o meu rating pessoal, Portugal anda pelas ruas da amargura. Mas a verdade é que há algumas coisas em Portugal que continuo a preferir (ãh? vêem como também sei falar bem?).
Então bamos lá ber.... comecemos pela comida.
A comida na Austrália é basicamente - como direi isto - uma real merda! Não têm controlo nenhum dos ingredientes das coisas e então damos por nós a comer iogurtes 99% fat free com 60% de açúcar! Aqui é tudo ou muito salgado, ou muito doce ou muito gorduroso. Tudo o que é saudável, como frutas e legumes, custa uma pipa de massa, e é praticamente impossível comer fora comida decente, sem ser cheia de óleos, manteigas, molhos e sei lá mais o quê. O leite é horrível e o Skim, o que bebo, parece o meio gordo daí...nojo! Não sei se é verdade ou não, mas disse-me o Mitch, que neste momento a Austrália tem a população mais gorda do mundo, nem mesmo os EUA!
Depois...depois os transportes. A sério... os transportes são assim.... uma verdadeira cagada! Nós, que somos do tamanho de um amendoim quando comparados com este país, temos a esperteza de ter uma rede de transportes urbanos e suburbanos. Estes camónes têm uma única rede. Ora em que é que isto resulta? Resulta que eu estou a 18 km da cidade e demoro uma hora, no mínimo, para lá chegar. Em Portugal, vivo a mais de 30 de Lisboa e demoro, de transportes não mais de 20 minutos. Além de merdosos, os transportes são também absolutamente caríssimos. Chulos, portanto, aqui também os há!
Em terceiro lugar... bom vamos falar das pessoas. Tenho conhecido aqui excelentes pessoas. Aussies e não só. Mas também tenho conhecido muita merda... A verdade é que os estudantes internacionais estão todos aqui de passagem e então fazer amigos é uma cena difícil. Os gajos querem é curtir, para usar uma palavra suave, as gajas também. Valem-me alguns colegas de turma como o Chris e a Candice e o Amar que são uns doces. Mas pronto... tirando isto... pouco mais.
O tempo...ahhhhh, o tempo... E julgavam vocês, e eu, que isto ia ser praia todos os dias. Pois, pois... além de um frio de rachar o tempo aqui muda de um dia para o outro sem aviso. Ora chove toneladas, ora está um calor que não se pode, de manhã enregelo a ir para o trabalho, à tarde não me aguento com a brasa, à noite tenho 3 aquecedores ligados. Assim claro... a minha garganta anda pelas ruas da amargura.
As regras! Bom...as regras é uma cena boa, mas... eu detesto Estados paizinhos. O Estado, no meu entender, serve para me criar as condições necessárias - de segurança e não só - para que eu, por mim, atinja os meus objectivos pessoais, profissionais e financeiros. E este Estado cumpre isso muito bem. Mas, há sempre um mas, há coisas que não me entram. Ora então aqui não votas? Toma lá uma multa! (nem acho assim muito mal por acaso...)Ah não fizeste o formulariozinho dos Censos no tempo que devias? toma lá 110 dólares de multa por cada dia de atraso! Ah esqueceste-te de renovar o visto? Então toma lá uma multa e uma proibição de regressar ao país por 3 anos (aconteceu ao namorado de uma colega)
Enfim, por um lado isto obriga o país a funcionar bem e a não ser a balda que é a tugolândia, por outro lado, faz-me algumas comichões esta técnica da punição por coisas que não são exactamente crimes.
De resto...bom de resto não me queixo. Gosto do que vejo e vivo bem por este lado do Mundo.
E agora...agora vou ali ler um capítulozinho de International Financial Management que vou ter aula daqui a pouco, e aqui, meus amigos, aqui é obrigatório estudar a lição antes da aula!
Au revoir mes amis!

04/08/2011

Vício

Estou a ficar viciada em atingir metas. Finalmente hoje cheguei lá. Uma hora, 10 quilómetros a correr. Graças a este som.
Agora vou ali não me mexer mais o resto do dia.

A tristeza do meu país

É um misto de nojo, raiva e tristeza. Algo que nunca antes experimentei. Nasce no topo do estômago, sobe até à garganta. Aperta como um nó cego e explode nos olhos sem que consiga controlar. É esta a tristeza do meu país, é esta a minha tristeza com o meu país. É esta raiva que me amarga sempre mais quando me deparo com coisas destas. É deste país, pequeno, tacanho, infeliz e parolo que sinto nojo. Tacanho e parolo.

01/08/2011

Conversa com coleguinha nova

Depois de nos termos apresentado à turma, nome, idade e licenciatura anterior, a coleguinha do lado (casada e com um bebé de 3 meses, mas que nem 25 anos deve ter) pergunta (ler com sotaque chinês):
Ela: ohhhhh soooooo do you have baby?
Eu: me? oh no!
Ela: ohhhhh noooooo? Be quick!
Eu: What? Be quick?
Ela: ahahahah yeah! be quick!
Eu: (WTF?!?!?) You said i have to be quick? Why do i have to be quick?
Ela: You knowwww... when we are young we have more energy and...
Eu, interrompendo-a abruptamente: Hey! I'm young! And have plenty of energy, ok? I don't need to be quick.
Ela: ...

Clássico exemplo do que eu gosto de chamar:  a puta da lata! (e não é a melhor maneira de ser minha amiga...)

De volta à escolinha

Lembram-se daquela excitação que era ir comprar os livros novos quando começava a escola? Lembram-se como era abri-los, novinhos em folha, e ler partes daquilo que íamos descobrir durante o ano?
Bom, não sei se todos têm esta memória, mas é assim que me recordo do início do ano escolar de quando era miúda. E não só...assim de repente, e se não estou em erro, desde os 6 anos que só parei de estudar uns dois, de resto as escolas, universidades e centros de formação têm sido assim uma espécie de segunda casa.
Adoro livros. Adoro. Não interessa se são livros da escola, se são romances ou biografias, estórias reais ou contos inventados... adoro livros. Adoro cheirá-los, tocá-los, vê-los ordenados nas prateleiras. Abri-los e descobrir o que têm para me contar, para me ensinar... que palavras lá estão escritas que me vão fazer viajar para fora deste mundo. Adoro livrarias. Adoro aqui a Dymock, que é gigante e tem corredores e corredores e vários andares com livros e mais livros e mais livros, sobre tudo. Adoro livros mais do que adoro roupa e mais do que adoro sapatos. Bom... acho que está mais ou menos ao mesmo nível dos sapatos...
Hoje comprei três livros para este novo semestre. No semestre passado não comprei nenhum porque o dinheiro não era suficiente. Este semestre felizmente consegui juntar dinheiro para os comprar. Dois tive de comprar novos porque são edições novas. O outro consegui comprar em segunda mão, praticamente novo por metade do preço. Falta-me um, que ainda não sei como vai ser. Gastei a módica quantia de 310 dólares. Mas porra... o que eu estou a adorar mexer naqueles livros...