Cartas


22/02/2011

Último dia de boa vida

E por aqui a notícia do dia é o terramoto na Nova Zelândia, na cidade de Christchurch. Todas as televisões têm estado a tarde toda em emissão especial. O primeiro ministro neo-zelandês confirmou 65 mortes mas o número ainda vai subir. O terramoto ocorreu à hora de almoço e atingiu com mais força o centro da cidade. Há, por isso, cerca de 200 pessoas encurraladas – ou já mortas -  no centro comercial que ruiu e também nos edifícios de escritórios. Também ruiu a catedral, um edifício de pedra bastante antigo., e dois autocarros foram esmagados por dois edifícios que ruíram. Durante horas as comunicações estiveram cortadas, incluindo a linha de emergência e neste momento o problema é a falta de ambulâncias. As pessoas que têm carrinhas e pick-ups estão a ajudar e também um grupo de médicos australianos – que se encontrava no local para uma conferência – está no local a prestar apoio. Já tinha ocorrido um terramoto na mesma cidade no passado dia 4 de Setembro,  de 7.1 na escala de Richter, mas este foi mais destrutivo, apesar de ser só de 6.3. Pelo que pude perceber isso está relacionado com a profundidade a que o terramoto ocorreu, que desta vez foi apenas a 5km. As palavras que mais se ouvem são tragédia, caos, angústia, morte…as imagens são impressionantes. Os repórteres entram no ar em directo a dizerem que os seus familiares estão bem, ou a dizerem que ainda não os conseguiram contactar. Durante um directo aconteceu uma sequela, e esperam-me mais nas próximas horas. O CBD está a ser evacuado… já houve quem fizesse comparações ao 11 de Setembro! Neste momento um repórter entrou no ar visivelmente emocionado por já ter a filha sã e salva ao seu lado e está agora a entrevistá-la.
Quanto a mim tenho estado a assistir à coisa pelos vários canais enquanto tento procurar os meus livros na net ou para download ou em segunda mão, porque cada um custa cerca de 150 dólares. Mas não estou a ser bem sucedida… não sei como vou fazer isto.
Hoje já fui comprar uns dossiers e uns cadernos. É curioso que aqui não há blocos de folhas furadas como estamos habituados a ver em Portugal. Portanto comprei uns cadernos com furos para depois pôr nos dossiers. Ainda não sei como vou levá-los de volta comigo… isto vai ser muito material… se tudo correr bem não será preciso, e se for tenho ano e meio para me preocupar com isso.
Entretanto fui comprar umas calças pretas para usar no meu novo trabalho e devo dizer que comprar roupa para mim aqui não é fácil. O tamanho mais pequeno que há é o 8. Não sei qual a equivalência para os tamanhos europeus, mas sei que o 8 me cai pelas pernas abaixo. Quando pergunto se há o 6, a resposta é: Oh no! That brand doesn’t makes 6 sizes! Ok tudo bem… lá encontrei umas, o dobro do preço, mas que me servem mais ou menos. Agora só tenho de ir comprar linhas e agulhas para fazer uma bainha. Mas esqueci-me que a esta hora já deve estar tudo fechado… e também estou tão longe de tudo que me dá uma preguiça monstra de sair de casa.
Portanto como vêem aqui também há dias calmos. Hoje quis descansar porque começo a trabalhar amanhã, a parte do training. Esperemos que corra bem, confesso que estou um bocadinho ansiosa/nervosa. Amanhã terei mais novidades para contar.
Ah! Quero só actualizar a situação do pano de cozinha no chão da casa de banho. Entretanto já não está no chão da casa de banho…estava na bancada da cozinha, e entretanto não passou pela máquina de lavar. Até eu me fartar desta javardeira e pôr a merda do pano na máquina.
That’s all folks! Beijinhos!

1 comentário:

Sérgio Vilar disse...

Olá! O terramoto tb está a ser noticiado por aqui.
É óptimo saber que vais começar a trabalhar. Boa sorte, espero que corra mesmo bem ;)