Cartas


05/10/2011

Sou tão mole que valha-me o Senhor

Juro que passei o dia inteirinho a bufar, furiosa, a pensar quando poderia escrever aqui toda a minha raiva e indignação com o pior vernáculo alguma vez visto neste blog e alguma vez proferido pela minha pessoa.
Passei o dia inteirinho a vociferar contra as criaturas de olhos em bico com que me tenho cruzado neste semestre, amaldiçoei-as violentamente e agora...se ao menos não tivesse lido o e-mail antes de escrever.
Passo a explicar. Num trabalho de grupo, eu, uma alemã e duas chinesas. O combinado: cada uma responder a uma determinada pergunta com 500 palavras e enviar com as respectivas referências até ao dia 1 de Outubro. Quem cumpriu? Aparentemente todas. Todas mandámos umas às outras os respectivos textos. Quando eu e a Helen (a alemã) vamos a ler os outros trabalhos... Eu digo-vos sinceramente...a minha boca abriu-se de espanto e assim esteve até agora, desde o dia 1. Nunca vi nos dias da minha vida algo tão mal escrito. E não é uma questão de inglês. É mesmo uma questão de encadeamento lógico, raciocínio e seguimento das regras académicas. Vamos só dizer que nas referências bibliográficas destas meninas constavam a Wikipédia e, imagine-se, a Playboy (como diz a Helen:" This is a magazine where they put naked tits! Do you think it's a good academic source?). Isto depois de combinarmos entre nós que iríamos apenas consultar peer reviwed articles. Mas isso deve ser...chinês para elas!
Bom... para concluir, depois de emails azedos trocados, depois de eu as querer matar via net, acabei o assunto responsabilizando-me pela edição do documento. Ou seja, vou reescrever as duas partes delas, mil palavras mais referencing até amanhã à noite, considerando que ainda tenho trabalho, aulas e GLP pelo meio.
Portanto, depois disto o meu estado de espírito - eu, pessoa a quem a palavra tolerância diz muito pouco - era no mínimo violento. Então estas inácias, putas que as pariu, mal falam inglês e estão a fazer um caralho de um mestrado na Austrália à minha pala? Então estas parolas do caralho vão ter a mesma nota que eu num trabalho onde só fizeram foi merda, que mais valia ter eu feito tudo de raiz? Ah vai haver merda mas estas vacas vão ter de aceitar uma redução de nota que eu não sou mãe de ninguém!
E com estes e outros pensamentos que tais na mente abro o mail. E vejo um mail da Helen a descascar as gajas e mandá-las pedirem-me desculpa e agradecerem. E depois vejo um mail de cada um delas a pedirem longas desculpas, a pedirem que as perdoe pela atitude que tiveram comigo, a agradecer o que estou a fazer por elas e a paciência que tenho demonstrado e a declararem a vergonha que sentem por serem as ovelhas negras do grupo e a elogiarem as minhas qualidades de boa colega. E pronto... estou a sentir em mim que os pensamentos já não são tão negros, que talvez até abdique da redução de nota e que desta vez vou deixar passar. Cum camander pá! Há mais mole que isto? Alguém que me esbofeteie já!

3 comentários:

Isa disse...

Não, miúda, não é assim. nao é moleza nem precisas de tabefes. aceita as desculpas, faz a cena, pq se nao quem se prejudica és tu, mas trabalhos com elas nunca mais. é isso ;)
Bjo

TC disse...

Estiveram mal e pediram desculpa. É bom, seria pior continuarem a bater na sua propria tecla. Se voltar a acontecer, entao aí...enxovalho total! :)

Ana disse...

O que não falta neste mundo são aproveitadores do trabalho dos outros. Entre a escola, faculdade e trabalho passam mtas "chinesas" na nossa vida, mas são poucas as que reconhecem. Aceita as desculpas, que isso não é moleza é exito :) bjs